terça-feira, 7 de setembro de 2010

Escuteiros de Figueira de Lorvão na ilha da Madeira

(Texto enviado para vários órgãos de comunicação social sobre a nossa actividade na Madeira)
    
Nos dias 17 a 24 de Agosto de 2010, o Agrupamento 1316 – Figueira de Lorvão realizou uma actividade na Ilha da Madeira.
  
Desde há um ano que um sonho comandava a vida do Agrupamento: realizar uma actividade, aberta a todas as Secções, na ilha da Madeira. Esta seria, sem dúvida, a maior aventura do Agrupamento até à data, e como tal, todos colocámos mãos à obra cientes do desafio que tínhamos pela frente. E foi com o muito trabalho e empenho de todos os participantes, e também com o apoio incondicional dos pais, que esta actividade tomou forma e pôde acontecer.
 
Foram 36 os escuteiros que participaram nesta actividade: 6 Lobitos, 6 Exploradores, 16 Pioneiros, 3 Caminheiros e 5 Dirigentes.
 
O imaginário da actividade foi “Uma Ilha de Sonho”, dizendo respeito à descoberta e povoamento da Ilha da Madeira. Cabia às três equipas em que se dividiu o Agrupamento colonizar a Ilha, mas para tal era necessário superarem os desafios que diariamente eram colocados, no sentido da construção de uma nova sociedade.
 
Desde o primeiro dia que o entusiasmo foi geral, não fosse para a grande maioria dos escuteiros o seu baptismo de voo. Foi um voo bem animado!
 
A chegada foi um pouco atribulada: a zona do parque onde deveriamos acampar estava rodeada pelas chamas, pelo que foi necessário encontrar uma alternativa para o alojamento. Por fim, tudo se resolveu.
 
Os dias na Ilha foram repletos de actividades e descobertas. O primeiro dia foi dedicado ao lado Sul: Curral das Freiras, Cabo Girão, Câmara de Lobos e Ponta do Sol. No dia seguinte, os Lobitos e alguns Exploradores foram ao Parque Temático de Santana, enquanto que os restantes foram fazer a fantástica levada do Caldeirão Verde. Seguiu-se o dia do Funchal, sem dúvida o mais excitante de todos, onde não faltou a subida de teleférico ao Monte e descida em Carros de Cesto, terminando verdadeiramente em beleza com uma viagem de Catamaran em que tanto os golfinhos como as baleias decidiram dar um ar da sua graça.
 
Houve também lugar para uma actividade marítima em caiaques com o Agrupamento 216 – S. Martinho, visita à ponta de S. Lourenço, e também à Camacha, terra dos vimes, onde pudemos aprender a fazer cestos. Um dos dias foi dedicado à Floresta Laurissilva, maravilha da natureza, onde todos os elementos realizaram um percurso pedestre ao longo de uma das muitas levadas que percorrem a Ilha. Noutro dia, visitámos as Grutas de S. Vicente e Centro de Vulcanismo, terminando o dia nas Piscinas Naturais de Porto Moniz.
 
Tudo isto, em ambiente escutista, com actividades que fizeram destes dias muito mais que uma viagem turística.
 
Tivémos também oportunidade de experimentar a gastronomia local, graças ao Agrupamento 217 – Sé, do Funchal, que não se poupou a esforços ao longo de meses e em cada um dos dias desta actividade para que ela fosse um grande sucesso. Foram eles que confeccionaram o Bife de Atum com Molho Vilão e Milho Cozido e a unanimemente deliciosa Espetada à Madeirense.
 
Depois de 8 dias repletos de emoções estava na altura do regresso, não sem alguma nostalgia pelos amigos e momentos que ficavam para trás.
 
Está de parabéns o 1316, que soube tirar o “IM” da palavra “IMPOSSÍVEL”, e também todos quantos ajudaram a tornar possível esta experiência inesquecível para todos os participantes.
    
Rita Simões
Secretária de Agrupamento

9 comentários:

Anónimo disse...

Será este o tipo ideal de actividades para ESCUTEIROS?
Tenho muitas duvidas, pelo que sei o que são Escuteiros, essa actividade não passou de um mero passeio de turismo.
Será que não estão a banalizar o Escutismo?
Já existem muitas empresas de aventura em Portugal a fomentar esse tipo de actividades.

Unknown disse...

Este é, claro, um tipo de actividade que não realizamos com muita frequência. Mas daí a ser um mero passeio de turismo vai um grande passo...

Antes da actividade nem sequer sabíamos o que poderíamos fazer pois dependia da angariação de fundos feita pelos elementos do Agrupamento (dependia do seu esforço - educação para a responsabilidade).

Durante os dias na Madeira vivemos uma normal actividade de escuteiros com todas as suas dimensões. Mas claro que tivemos alguns momentos típicos de actividades do género.

Por exemplo, contactar com escuteiros de realidades diferentes (até realizar várias actividades em conjunto) não me parece ser uma actividade não escutista, apesar de não o fazermos a toda a hora...

E tenho a certeza que em nenhuma empresa de aventura estes elementos teriam podido aprender e viver as experiências que viveram durante estes 8 dias!

João Marques disse...

Desculpe Tiago Cruz mas conhecendo o verdadeiro espírito escutista, conhecendo minimamente a ilha da Madeira e lendo o post que estou a comentar (bem como os anteriores sobre a vossa actividade)só tenho uma coisa a dizer (com muita pena minha): foi uma excelente actividade de férias e entretenimento...porém uma má actividade no âmbito do Escutismo...

Começando pela angariação de fundos para a actividade: não me parece muito diferente do que ano após ano as denominadas "comissões de finalistas" fazem para realizarem a "viagem de finalistas"...

Quanto às actividades tal como estão reportadas no vosso blog, mais não passam das normais actividades que qualquer turista faz na ilha da Medeira (e sei bem do que falo porque ainda há pouco tempo, já este ano, estive na ilha...como turista)...

Quanto ao contacto com outros agrupamentos: sinceramente penso que não é preciso ir tão longe para o fazer...para além de que a verdadeira comunhão escutista não é apenas o "bem receber" uma vez, mas sim uma verdadeira comunhão de dia-a-dia, de actividade em actividade, de interacção entre os diferentes agrupamentos...

Não quero dizer que este é apenas um problema do vosso agrupamento. Aliás, tendo vivido os verdadeiros JAMBEIRAS, considero que actualmente estas actividades têm muito mais um cariz de campo de férias ou de festival de Verão que de actividade escutista...

No fundo, todos devem fazer um exame reflexivo, olhando para os princípios escutistas, ao que está na base e essência do escutismo e nas suas orientações, e procurar um retorno às origens.

Diogo Cruz disse...

Olá João Marques, ao visitar o blog e em específico a secção de comentários, não pude deixar de ler atentamente o seu comentário em que mostra uma preocupação legítima sobre o escutismo e em concreto, sobre as actividades escutistas.

O escutismo tem uma missão, e penso que as acividades escutistas devem ter sempre presente os objectivos que se pretentem atingir.

Como Baden Powell disse o escutismo "não é uma ocupação de tempos livres". Se é verdade que qualquer turista pode fazer várias actividades que fizémos na Ilha da Madeira, já não é verdade que um turista possa fazer a actividade escutista que nós realizámos.

Uma Actividade Escutista, na sua preparação (dos Dirigentes, mas principalmente de cada escuteiro) tem sempre presente o progresso individual de cada elemento, uma mística e pretende sempre responder a objectivos específicos (compreendo que não tendo conhecimento destes, não possa perceber o "espirito" desta ou de outras actividades escutistas).

Por outro lado, "uma actividade escutista deve representar um cenário diferente do habitual relativamente àqueles para quem é dirigido e deve ser aliciante para o grupo a que se destina." Claro que é verdade que não é preciso ir para longe, em concreto para a Ilha da Madeira para se verificar estes pressupostos. Mas também é verdade que quase todas as actividades são realizadas na região e mantêm as mesmas preocupações.

O Escutismo, através das diversas actividades que realiza é "uma escola de formação humana integral com o empenho no desenvolvimento das capacidades que se encontram em cada pessoa".

Eu avalio a actividade como uma exelente Actividade Escutista. Orgulho-me dos Escuteiros do Agrupamento (Lobitos, Exploradores, Pioneiros e Caminheiros) que sinto não usaram esta actividade para serem mais uns turistas do mundo, mas sim para se desenvolverem e progredirem.

Unknown disse...

Eu quero apenas acrescentar que acho a ideia do João Marques uma opinião legítima e com a qual concordo parcialmente em relação à situação do escutismo actual e das grandes actividades.

No entanto felizmente há excepções: o último Jambeiras foi um "verdadeiro" Jambeiras, por exemplo.

Em relação à nossa actividade acho que o que fica no Blog não conta (nem pretende) contar o que foi a nossa actividade. Mostrava aos pais isso sim, aquilo que fizemos em cada dia que era o que lhes interessava. Mas a actividade foi muito mais do que isso.

Concordo ainda com a questão de voltar às origens. Uma expressão que aplicamos várias vezes, curiosamente...

João Marques disse...

Tiago Cruz: o último "Jambeiras" um verdadeiro "Jambeiras"?? Perdoe-me a pergunta mas em quantos participou? Comparar por exemplo com o Jambeiras de Midões (lembra-se deste? talvez não...) ou até o de Ferreira do Zêzere (e deste, esteve lá?) é como comparar o que não é comparável...mesmo nada a ver!

Caro Diogo Cruz:
efectivamente não conheço os objectivos específicos da actividade (é natural até...). Mas aproveitando os vossos posts retiro algumas pequenas frases:
- "O apelo a sermos felizes, à vontade de Deus, a sermos pessoas melhores";
- "Era dedicado ao tema da Aliança: a aliança de Deus com os Homens e os desafios que isso representa na nossa vida."
- "o nosso rumo na vida enquanto escuteiros."
- "Optámos por não realizar hoje a Celebração da Palavra e assim, todos nos deitámos bastante cedo, pois amanhã o dia vai ser muito longo: vamos fazer um raid pela Floresta Laurissilva."
Louvo, sem dúvida, a preocupação com a fé cristã que nos orienta e que orienta o Movimento do CNE. Porém, diga-me: onde foi tudo isso vivido, no meio de tanto passeio? Ou então diga-me: será que de premeio com tanta "agitação" não se terão perdido estas preocupações?

Meus caros: eu já "passei" por onde vós passais agora, já "vivi" o que vós viveis agora (ainda que cada pessoa viva sempre diferente)...e por ter essa vivência é que me mostro céptico (cepticismo este que é generalizado a outras actividades como já viram).

Já agora um conselho (a propósito das "frases feitas" deixadas pelo Diogo acerca da actividade escutista e do Escutismo): a passagem da teoria à prática é uma linha ténue, mas é aquilo que define o sucesso ou insucesso de uma actividade (e vivência) verdadeiramente Escutista!

Unknown disse...

Eu acho que este assunto deve terminar por aqui pois a nossa actividade foi a nossa actividade, correu muito bem e só quem a viveu e quem está por dentro do trabalho desenvolvido ao longo do ano, poderá ter um quadro completo acerca da qualidade do escutismo praticado no nosso Agrupamento (que não é perfeito, nós sabemos).

Uma nota final sobre outro assunto paralelo que surgiu: eu participei em todos os Jambeiras desde Ferreira do Zêzere (era explorador) e achei que os Exploradores viveram uma melhor actividade no Jambeiras do ano passado. São opiniões!

DárioSiMõEs disse...

Desculpe Sr. António eu descordo de voce pois esta activida foi uma das melhores de sempre a nivel escutista, e a nivel pessoal fiquei a conhecer muito melhor a Madeira.
E temos que ver que as coisas antigamente eram bem diferentes dos tempos de agora.

Adriana e Joana S. disse...

Caro António:
Vimos por este meio demonstrar o grande ponto de interrogação gravado na nossa mente dado que vivemos esta actividade ESSENCIALMENTE escutista, e voltámos sentindo-nos mais completos e mais conhecedores do mundo. Temos perfeita noção de que se se tivesse tratado de um acampamento, esta actividade seria mais escutista, uma vez que estaríamos em contacto directo com a natureza. Porém, tal não foi possível devido a determinados fenómenos que não dependiam de nós. No entanto, e recorrendo mais uma vez às tais 'frases feitas' que afinal não são nem mais nem menos do que os ensinamentos que nos orientam na nossa vida escutista, "Muitas pessoas devem a grandeza de suas vidas aos problemas e obstáculos que tiveram de vencer.". Deste modo, tivemos de encontrar outras alternativas viáveis que nos possibilitaram vivências igualmente escutistas dado o ambiente do grupo e o facto de o ser escuteiro estar dentro de cada um de nós e não nas actividades que fazemos ou no lugar para onde vamos.
Relativamente aos comentários trocados entre os nossos chefes Diogo Cruz e Tiago Cruz e o sr. António, sentimos de certa forma que o sr. António se colocou a si mesmo num pedestal uma vez que, sem conhecer os nossos chefes ou a sua idade, fala como que alguém mais sábio que eles no campo do escutismo. Assim, achamos por bem dizer-lhe que, comparando com outros agrupamentos com os quais já estivemos em contacto, pensamos que os nossos chefes são conhecedores do que é uma actividade escutista e de como organizá-la.
Quanto à não realização da celebração da palavra, só temos a dizer que não foi por isso que deixámos de ter momentos de oração. Estes estavam presentes diariamente na nossa actividade pelo menos 4 vezes, as quais correspondem aos momentos de oração em grupo. É claro que cada um de nós decerto teve inúmeros momentos particulares com Deus, dado que nos sentíamos constantemente agradecidos pela fantástica actividade escutista que estávamos a ter.

Canhotas,
Adriana e Joana (pioneiras)